segunda-feira, 3 de junho de 2013

Resquícios de Medievalidade em Jequitibá



Esclarecidos as Origens tanto da Ordem Cisterciense quanto do Mosteiro Cisterciense de Jequitibá, abordaremos o fato de haver resquícios medievais na localidade de Jequitibá, Mundo Novo – BA, ainda em atividade no Mosteiro. Um fator de extrema relevância é o canto Gregoriano criado na Idade Média por São Gregório e que faz parte do cotidiano dos monges de Cister aqui deste lugar, lógico que seu uso vem diminuindo com o passar dos anos devido à falta de latinistas, mas ele ainda vive; cantos como o Glória, Kyrie, Agnus Dei, Salve Regina entre outros, fazem parte da oração e solenidades abaciais do mosteiro. A vestimenta continua sendo a mesma desde a época medieval, que é o hábito, escapulário, capuz e cogula, sendo que o hábito e o escapulário são vestes para trabalho e a cogula a veste oficial do monge, além dos princípios fundamentais da Regra de São Bento, que são a vida de oração, trabalho manual e a caridade, tudo isto seguido diariamente segundo irmão Mateus e o Ir. João Batista, que nos auxiliaram esclarecendo dúvidas de nossa pesquisa.
No Mosteiro ainda há um órgão totalmente mecânico, segundo Ir. Mateus este instrumento surgiu na Idade Média para acompanhar os cantos Gregorianos entoados em latim, contudo ele ainda é utilizado; então se observarmos e refletirmos verá que tais fatos são resquícios medievais, não apenas esses, mas há outros, pois para Hilário Franco Júnior, “muitos hábitos, costumes e objetos  tão presentes no nosso dia – a – dia, inclusive o próprio idioma que falamos, vêm daquela época.”. Visitamos a biblioteca e o futuro museu do Mosteiro, ambos possuem um riquíssimo acervo literário e de artefatos que após serem devidamente organizados e catalogados serão expostos a visitação pública; de modo que a presença do Mosteiro Cisterciense de Jequitibá, além do respaldo religioso, tem consigo um valor histórico cultural muito grande, pois como é sabido, o Brasil ainda não tinha sido descoberto na época medieval, no entanto, aqueles que o “descobriram” trouxeram consigo toda uma história de Portugal Medieval, que compreende um “amplo conjunto de instituições, comportamentos (…)” (JÚNIOR), o que nos faz pesquisar e analisar os resquícios que ainda perduram em nossos dias atuais, e que influenciam a vida das pessoas em torno destes.
De fato, o Mosteiro com sua vida monástica e pastoral – social fez muito pelas pessoas da localidade Jequitibaense, pois esta se desenvolveu em torno de si e devido as suas obras que propiciaram trabalho agrícola aos lavradores, através da doação de terras para cultivo, educação básica e profissional, que nos dias atuais vai desde às séries iniciais até o ensino médio técnico- profissionalizante, além da evangelização e a inclusão dos moradores na religião Católica Apostólica Romana. Assim, vimos que o que parecia distante e obsoleto, aos olhos leigos, na verdade está mais próximo e vivo no cotidiano, no caso de Jequitibá, o Mosteiro Cisterciense que vai desde a Santa Missa, passando por suas regras diárias, objetos como o sino, relógio, matraca (usada na semana santa), órgão, cantos Gregorianos, vestes monásticas... São fatos que mantém viva essência da época medieval, que foi marcada pelo predomínio e expansão do Cristianismo.
 Logo abaixo vocês podem ver o vídeo aonde o Ir. Mateus, que nos auxiliou nesta pesquisa, cantando um trecho do Kyrie Eleison em latim ao mesmo tempo em que toca o Órgão, além dos seus comentários a respeito do canto Gregoriano, a Ordem de Cister alguns dos artefatos do futuro museu e dentre outras observações. Para nossa equipe foi uma imensa satisfação realizar esta pesquisa.
Att: Edvânia Silva, Juliana Reis, Mª de Fátima Rodrigues, Marileuza Sampaio, Roseane Aragão e Samara Alves.


Pesquisa de Campo Resquícios de Medievalidade em Jequitibá, Mundo Novo Ba

A História do Mosteiro Cisterciense de Jequitibá



O Mosteiro Cisterciense de Jequitibá foi fundado pelo Mosteiro de Schilierbach na Áustria em 1939, mas desde 1936 o Abade do mesmo, Dom Aloísio Wiesinger, pensava numa fundação missionária, de modo que, em um dia na cidade de Salvador, resolvendo alguns negócios,  Pe. Alfredo Haasler e Pe. Adolfo Lukasser, vindos de Schilierbach, a pedido de Dom Hugo para tomar conta da Paróquia de Jacobina, foram reconhecidos por Dona Isabel Tude de Souza, pelo hábito cisterciense, esta por sua vez, falou -lhes do testamento do seu falecido esposo, Coronel Plínio Tude de Souza, cujo o qual, desejava fazer uma fundação para o bem material e espiritual dos lavradores da fazenda Jequitibá e cumprindo  sua vontade, Dona Isabel encarrega primeiramente aos Beneditinos de Salvador para iniciar a fundação no ano de 1937, mas devido a falta de pessoal, ela optou, para os Pe. Cistercienses, convidando então, Pe. Alfredo para visitar a fazenda Jequitibá, cujo qual, achou-a excelente e próprio o lugar para a implantação do mosteiro.
 Informado sobre essa oferta, Dom Aloísio achou-a uma séria e ótima oportunidade e de imediato resolveu vir ao Brasil e encaminhar todas as ações e relacionadas à fundação do Mosteiro de Jequitibá no município de Mundo Novo, uma obra de importante valor para o serviço pastoral e social em benefício da população sertaneja. No ano de 1939 outros padres e irmãos vieram de Schilierbach para o Brasil, antes de romper a Segunda Guerra Mundial na Europa, foram eles: Irmãos Emílio Weber, Werner Hofer e Humbert Stocker e os Padres Reinaldo Stieger, Henrique Baur, Fridolino Glasauer, Eng. Hermano Hahn, Antonio Moser e Ir. Ubaldo Pusch; D. Abade Wiesinger ficou no Brasil impossibilitado de voltar a Europa devido à guerra e a perda da atividade de Schilierbach pelo governo nazista, assim ele próprio dirigiu a construção da primeira parte do novo mosteiro, sendo que as plantas da primeira parte foram desenhadas  pelo Pe. Hermano Hahn, recebendo a benção em 18 de abril de 1945.
Dom Aloísio retornou no ano de 1946 a Schilierbach deixando a fundação a cargo do Prior Pe . Antonio Moser, sendo elevado a primeiro abade no ano de 1950.  Assim com o passar dos anos o novo abade cumpriu fielmente a determinação do testamento de Plínio Tude de Souza, onde diz: “Declaro que tendo eu e minha mulher D. Isabel Tude de Souza, nascidos da zona sertaneja onde possuímos bens, é nosso desejo beneficiar a referida zona, criando a Fundação Divina Pastora. Neste estabelecimento exigimos que seja dado o ensino do catecismo e seja e divulgado a nossa religião católica e o ensino  primário rural.” Atualmente o abade é o reverendíssimo Dom José Hehenberger; o Mosteiro fará 75 anos de idade ano que vem.
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domingo, 2 de junho de 2013

Origem da Ordem dos Cistercienses


"Neste post abordaremos a Origem da Ordem dos Cistercienses, para em seguida falarmos da fundação do Mosteiro Cisterciense no povoado de Jequitibá, Mundo Novo – BA."



A Ordem dos Cistercienses foi criada em 1098 no vale da Borgonha na França, na abadia de Cister, onde seus respectivos fundadores, Roberto, Alberico e Estevão, queriam seguir a Regra de São Bento na sua origem; eles deixaram o mosteiro de Molesme, a fim de que pudessem viver a sua idealização da vida monástica na busca da grande união com Deus na oração e no trabalho manual e na caridade que fazem parte da Regra de São Bento e também são os três princípios da Ordem de Cister. Foi criada também “A carta da Caridade” (Lei do Amor “Caridade”), como constituição da nova ordem ela foi reconhecida pelo Papa Calixto II, em 1119.

A partir de Cister, foram criados novos Mosteiros: La Ferté, Pontigny, Claraval e Morimond, que são reconhecidos como abadias primárias, no entanto a Ordem dos Cistercienses seguiu nas medidas medievais com muita velocidade e dimensão extraordinária, onde para os Cistercienses falava a figura impressionante de Bernardo de Claraval, que pregava a idéia do reino de Deus, ganhando assim muitos homens para a Ordem. Os Cistercienses vivem segundo a regra de São Bento que tem três pilares na vida cotidiana: Opus Dei (Ofício Divino), Lectio Divina (Leitura da Bíblia Sagrada) e Labor manuum (trabalho manual), além de Ora et Labora (Rezar e trabalhar), sendo que A Carta da Caridade regula as constituições desta união dos Mosteiros, que se baseia hoje nas declarações dos capítulos Gerais e de orientações da Igreja, que aprova as diversas formas de vida consagrada, seja da vida litúrgica, seja dos costumes participativos. 

sábado, 1 de junho de 2013

*APRESENTAÇÃO*



Somos estudantes do 4º semestre do curso de Licenciatura em História, pela UNEB/UAB – EAD e fazemos parte do Grupo G26 do Pólo Mundo Novo – BA.

Este blog é o resultado de uma pesquisa de campo solicitada pelo professor formador Alfredo Matta, da disciplina História Medieval II, no intuito de aprofundarmos nossos conhecimentos sobre resquícios de medievalidade em nossa região, sendo o Mosteiro Cisterciense de Jequitibá o fato mais concreto dessa medievalidade, fomos a campo, e descobrimos diversas relíquias e um patrimônio cultural extremamente rico.  

Espero que gostem dos nossos posts e sejam todos bem vindos a mais um capítulo da história cultural baiana que passa a ser divulgada por futuras historiadoras. Abraço!



Att: Edvânia Silva, Juliana Reis, Mª de Fátima Rodrigues, Marileuza Sampaio, Roseane Aragão e Samara Alves.

MOSTEIRO CISTERCIENSE DE JEQUITIBÁ

Fachada do Mosteiro Cisterciense de Jequitibá, com a imagem de São Bernardo