Esclarecidos as Origens tanto da Ordem
Cisterciense quanto do Mosteiro Cisterciense de Jequitibá, abordaremos o fato
de haver resquícios medievais na localidade de Jequitibá, Mundo Novo – BA,
ainda em atividade no Mosteiro. Um fator de extrema relevância é o canto
Gregoriano criado na Idade Média por São Gregório e que faz parte do cotidiano
dos monges de Cister aqui deste lugar, lógico que seu uso vem diminuindo com o
passar dos anos devido à falta de latinistas, mas ele ainda vive; cantos como o Glória, Kyrie, Agnus Dei, Salve Regina entre outros, fazem parte
da oração e solenidades abaciais do mosteiro. A vestimenta continua sendo a
mesma desde a época medieval, que é o hábito, escapulário, capuz e cogula, sendo que o
hábito e o escapulário são vestes para trabalho e a cogula a veste oficial do
monge, além dos princípios fundamentais da Regra de São Bento, que são a vida
de oração, trabalho manual e a caridade, tudo isto seguido diariamente segundo
irmão Mateus e o Ir. João Batista, que nos auxiliaram esclarecendo dúvidas de
nossa pesquisa.
No Mosteiro ainda há um órgão totalmente
mecânico, segundo Ir. Mateus este instrumento surgiu na Idade Média para
acompanhar os cantos Gregorianos entoados em latim, contudo ele ainda é
utilizado; então se observarmos e refletirmos verá que tais fatos são
resquícios medievais, não apenas esses, mas há outros, pois para Hilário Franco
Júnior, “muitos hábitos, costumes e objetos
tão presentes no nosso dia – a – dia, inclusive o próprio idioma que
falamos, vêm daquela época.”. Visitamos a biblioteca e o futuro museu do
Mosteiro, ambos possuem um riquíssimo acervo literário e de artefatos que após
serem devidamente organizados e catalogados serão expostos a visitação pública;
de modo que a presença do Mosteiro Cisterciense de Jequitibá, além do respaldo
religioso, tem consigo um valor histórico cultural muito grande, pois como é
sabido, o Brasil ainda não tinha sido descoberto na época medieval, no entanto,
aqueles que o “descobriram” trouxeram consigo toda uma história de Portugal
Medieval, que compreende um “amplo conjunto de instituições, comportamentos
(…)” (JÚNIOR), o que nos faz pesquisar e analisar os resquícios que ainda perduram em
nossos dias atuais, e que influenciam a vida das pessoas em torno destes.
De fato, o Mosteiro com sua vida monástica
e pastoral – social fez muito pelas pessoas da localidade Jequitibaense, pois
esta se desenvolveu em torno de si e devido as suas obras que propiciaram
trabalho agrícola aos lavradores, através da doação de terras para cultivo,
educação básica e profissional, que nos dias atuais vai desde às séries
iniciais até o ensino médio técnico- profissionalizante, além da evangelização
e a inclusão dos moradores na religião Católica Apostólica Romana. Assim, vimos
que o que parecia distante e obsoleto, aos olhos leigos, na verdade está mais
próximo e vivo no cotidiano, no caso de Jequitibá, o Mosteiro Cisterciense que
vai desde a Santa Missa, passando por suas regras diárias, objetos como o sino,
relógio, matraca (usada na semana santa), órgão, cantos Gregorianos,
vestes monásticas... São fatos que mantém viva essência da época medieval, que foi marcada
pelo predomínio e expansão do Cristianismo.
Logo
abaixo vocês podem ver o vídeo aonde o Ir. Mateus, que nos auxiliou nesta
pesquisa, cantando um trecho do Kyrie Eleison em latim ao mesmo tempo em que
toca o Órgão, além dos seus comentários a respeito do canto Gregoriano, a Ordem
de Cister alguns dos artefatos do futuro museu e dentre outras observações.
Para nossa equipe foi uma imensa satisfação realizar esta pesquisa.
Att: Edvânia Silva, Juliana Reis, Mª de
Fátima Rodrigues, Marileuza Sampaio, Roseane Aragão e Samara Alves.